José Saramago, “Ricardo Reis”, por Ana Paula Arnaut
Depois de uma breve apresentação da produção literária de José Saramago, centrar-nos-emos no modo como, apesar de tomar “rigorosamente à letra tudo aquilo que o Fernando Pessoa disse do Ricardo Reis”, o autor não esquece que “o homem é o lugar das contradições”. Por isso, instaurando a diferença no âmago da semelhança, reconstrói o heterónimo do poeta de Mensagem, pintando-o com outras tonalidades possíveis e levando-o, desde as páginas iniciais do romance, a protagonizar um processo de humanização que o tornará seu. O seu Ricardo Reis, que, embora o mesmo, é um outro.
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A língua, a literatura e a liberdade são os tópicos das aulas do FeLiCidade. A quadrangulação presente nas Conversas é estendida a estas sessões, acessíveis a um público abrangente. Celebramos os 500 anos de Camões (Frederico Lourenço remonta ao estudo do autor, e José Luiz Tavares desafia-nos a conhecer o Camões Crioulo), os 100 anos de Alexandre O’Neill, os 100 anos do surgimento de Ricardo Reis (numa aula sobre o heterónimo de Pessoa e outra sobre o Ricardo Reis de Saramago), estudamos o potencial poético e literário das canções Mulheres de Atenas de Chico Buarque (por João Constâncio e Luísa Buarque) e Língua, de Caetano Veloso (por Eucanaã Ferraz e Pedro Duarte). E como resistir às aulas sobre Rui Knopfli, Mário Domingues, Ruy Duarte de Carvalho e outros autores africanos?