Ruy Duarte de Carvalho, por José Eduardo Agualusa

Quase toda a obra de Ruy Duarte de Carvalho está ligada à sua vivência no extremo sul de Angola, no deserto do Namibe, centrando-se nessas paisagens e nas populações nómadas que a habitam. Essa obra, um exercício radical, e profundamente singular, de afirmação identitária e de pertencimento, abarca não só a poesia, mas também a ficção e a antropologia, além de publicações que mesclam harmoniosamente todas as anteriores disciplinas. Interessa-nos mostrar como a biografia de Ruy Duarte explica e justifica toda a sua vasta obra.

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A língua, a literatura e a liberdade são os tópicos das aulas do FeLiCidade. A quadrangulação presente nas Conversas é estendida a estas sessões, acessíveis a um público abrangente. Celebramos os 500 anos de Camões (Frederico Lourenço remonta ao estudo do autor, e José Luiz Tavares desafia-nos a conhecer o Camões Crioulo), os 100 anos de Alexandre O’Neill, os 100 anos do surgimento de Ricardo Reis (numa aula sobre o heterónimo de Pessoa e outra sobre o Ricardo Reis de Saramago), estudamos o potencial poético e literário das canções Mulheres de Atenas de Chico Buarque (por João Constâncio e Luísa Buarque) e Língua, de Caetano Veloso (por Eucanaã Ferraz e Pedro Duarte). E como resistir às aulas sobre Rui Knopfli, Mário Domingues, Ruy Duarte de Carvalho e outros autores africanos?