Viva! | Nuna & Tita Maravilha
A língua se faz viva, expressa-se viva, abrir bem a boca pois a poesia morta já não nos interessa. Movimentamo-nos na língua que atravessa espaço e tempo, sentindo saudades do futuro, feita de momentos, não monumentos. Travessa por natureza, astuta nas suas surpresas, perguntamos afinal o quê, quando e como é essa tal portuguesa?
Direção e Interpretação: Nuna e Tita Maravilha
Atividade com tradução em Língua Gestual Portuguesa.
Viva! faz parte do conjunto de Leituras Encenadas LínguaAcção com curadoria de Nádia Yracema e Sara Carinhas:
Estas leituras encenadas podem não ser leituras e podem nem ser ensaiadas. Desejamos sobretudo que tenham eco, que convoquem, entranhando-se. Doze artistas, lado a lado, vislumbram possibilidades e desenham mudanças. Elas falam na sua linguacção, suas ideias e suas coreografias ocupam os espaços vazicheios, desativando as arapucas. A gente quer presentificar nossas línguas e nossas vivências – cada oportunidade dessas, é celebração de cruzamentos e de surpresas por revelar. Um ensaio de comunidade e revolução. Nkululeko primeiro, para que a língua possa falar depois, transformando e trans-formando-se. Como se usa a língua em nkululeko, celebrando as suas múltiplas formas e existências? Com hamu. Como se cuida da nkululeko? Com hamu. Como encontramos espaço dentro da linguagem, e além dela, num sistema que tende a fechar-se na sua própria normatividade? Talvez com hamu. Nkululeko e língua são invenções, palavras imaginadas para nos traduzirmos no mundo. E dentro delas há atravessamentos e reverberações, há fricções. Só assim pode estar vive. Pe tud funçiona tem k estod vive.