Rodrigo Brandão | Línguas Nativas
A vez de ouvir a voz de quem tem pouca ou nenhuma. O extrato de uma alma imigrante, que se vê obrigada a abraçar o mote ‘existir é resistir’ em reação às paredes que a encurralam de forma dura e fria a cada amanhecer, numa terra onde gostaria de poder sentir-se em casa. A dor e a beleza de ser quem se é. A crónica de um corpo social em queda livre, cujo dono insiste em repetir: “até aqui, tudo bem… até aqui, tudo bem”. Perceber e desenhar com palavras a realidade. Sim, mas sem choradeira. É mergulhar no plural pertencente à palavra party, que encerra em si tanto a ideia de celebração quanto o conceito de partido, pique Pantera Negra. É a festa pelo direito de luta, e a luta pelo direito de festa. Sob o signo dos Orixás, sempre.